Capítulo 15: Apenas Desejo

Norma fica desesperada enquanto fala com o sequestrador.

Norma: Pelo amor de Deus, diz que é uma brincadeira, diz que é apenas um trote.

Sequestrador: Não é nenhuma brincadeira. Estamos com a sua filha e vamos te voltar a ligar. Mas presta atenção, a vida de sua filha depende do seu silêncio e do silêncio da sua filha Clarice. Se vocês envolverem a polícia nisso, nunca mais verão essa garota viva.

O sequestrador desliga.

Norma: Alô, alô... Por favor, não desliga... Alô...

Norma liga para Clarice.

Clarice: Oi mãe...

Clarice percebe o desespero de Norma.

Norma: Clarice, pegaram a Íris... pegaram a minha menininha...

Clarice: Como assim, mãe? DO que você está falando?

Norma: Sua irmã foi sequestrada. Por favor, venha imediatamente.

Clarice desliga o celular. Ricardo percebe que algo está errado.

Ricardo: O que houve?

Clarice: A Íris... A minha irmã foi sequestrada.

........

Minutos depois, Clarice e Ricardo estavam na casa de Norma. Clarice abraça sua mãe.

Norma: Pegaram a Íris, Clarice... Tenho medo que eles façam alguma coisa.

Clarice: O que eles pediram? Algum valor?

Norma: Não. Ele apenas disse que ligaria novamente.

Ricardo: Temos que comunicar a polícia imediatamente.

Norma: Não! Ele disse que se envolvêssemos a polícia eles matariam a Íris. Por favor, nada de polícia.

Clarice: Sem polícia! Não podemos colocar em risco a vida da Íris.

Ricardo: Mas eles não farão nada. Eles apenas intimidam dessa forma para que a polícia não consiga descobri-los.

Norma: Não quero arriscar. A vida da minha filha acima de tudo.

........

Laura caminha pelo jardim e Amadeu vem ao seu encontro.

Amadeu: Provocando inveja às flores do seu jardim com sua beleza?

Laura sorri com o elogio.

Laura: Amadeu, sempre encantador.

Eles se beijam.

Amadeu: Vim matar a saudade dos teus lábios.

Laura: Também estava com saudades, mas devemos ter cuidado.

Amadeu: Certo. Mas também quero saber se pensou na minha proposta?

Laura: Pensei sim. Porém, prefiro não responder agora. Por favor, não me pressione.

Amadeu: Claro, jamais farei isso com você. Darei o seu tempo.

Laura: Sempre compreensível.

Amadeu: Por você, esperarei quanto for preciso.

Eles beijam novamente e Íris flagra.

Linda: Mãe?

Laura e Amadeu tomam um susto.

Laura: Linda? Filha? Eu posso explicar.

Linda sai sem dar ouvidos.

Laura: Droga. É melhor você ir. Tenho que conversar com ela.

Amadeu: Você acha que ela falará alguma coisa?

Laura: Vou tentar impedir isso. Agora vá.

Laura vai atrás de Linda. Ela consegue alcança-la na sala.

Laura: Linda, por favor, me escuta.

Linda: Escutar o que? Você está traindo o meu pai debaixo do nariz dele. Pior que isso, com o advogado dele.

Laura: Não é bem assim Linda, me escuta.

Linda: Isso não tem explicação. Me desculpa mãe, mas eu não vou trair a confiança do meu pai.

Linda sobe para o seu quarto. Laura fica apreensiva.

Laura: Droga!

........

Clarice e Norma estavam aflitas ao lado do telefone esperando a ligação. Ricardo estava olhando pela janela.

Clarice: Quer saber, eu não posso ficar aqui sem fazer nada. O Ricardo tem razão. Devemos procurar ajuda da polícia.

Norma: Mas filha, eles foram bem taxativos. Se denunciássemos para a polícia eles mataria sua irmã.

Clarice: Mas não podemos ficar esperando essa ligação assim do nada. Pelo menos a polícia pode rastrear a ligação. Temos que arriscar mãe. O que nos garante que a Íris não irá se machucar se a gente fizer do jeito             que eles querem?

Norma fica pensativa.

Ricardo: A Clarice tem razão dona Norma. A polícia pode ajudar a achar esses sequestradores rastreando a ligação. Quanto mais demorarmos para denunciar pior fica.

Norma: Está bem. Vou confiar em vocês.

Clarice: Irei pessoalmente falar com a delegada.

Ricardo: Vou com você.

Clarice: Não! Fique com a mamãe. Não quero que ela fique sozinha. Eu não me demoro.

Clarice sai.

........

O nome do sequestrador era Amaral. Eles havia sequestrado Íris a mando do assassino da Raquel. Era tudo um plano para atingir Clarice. Íris estava amarrada em uma cadeira e com a boca tapada. Amaral estava conversando com o mandante pelo celular. Eles estava de touca, para que Íris não o reconhecesse.

Amaral: Entendido, chefe! Pode deixar comigo. Até mais.

Amaral desliga o telefone e caminha até Íris. Ela fica assustada.

Amaral: Deve estar morrendo de medo não é. Mas fique tranquila, não queremos machucar você. Mas se for preciso, não hesitarei.

Amaral se afasta.

........

Clarice dirige o seu carro e o seu celular toca. Ela olha e é de número privado. Ela atende.

Clarice: Alô!

Amaral: Clarice? Aqui quem está falando é o cara que sequestrou a sua irmã.

Clarice freia bruscamente quase provocando um acidente.

Clarice: O que você quer?

........

Norma estava aflita, caminhando de um lado para o outro. Ricardo estava olhando pela janela. Norma vai até um altar onde fica uma imagem de uma santinha.

Norma: Minha santinha, é com o coração apertado que recorro a ti. Tu és mãe e sabe o quanto dói perder um filho. Te peço que traga minha filha em segurança, sem nenhum arranhão. Se fizer isso, prometo que acenderei uma vela em teu nome durante um ano e rezarei um terço todas as noites. Por favor, atenda o meu pedido. Me ajude.

Ricardo observa enquanto ela reza. O celular dele toca. Era Clarice.

Ricardo: Clarice? Já chegou na delegacia?

Clarice: Não! Preciso que você me encontre.

Ricardo: Claro! Onde você está? Já chego ai.

Norma: É a Clarice? O que aconteceu?

Ricardo: Nada demais. A Clarice me chamou, já volto.

Norma: Me manda notícia.

Ricardo sai e Norma volta a rezar.

........

Henrique estava deitado no sofá da sala assistindo a televisão. A campainha toca. Ele atende. Era o carteiro que veio lhe entregar uma encomenda. Quando ele recebe, ele fecha a porta. Era uma carta.

Henrique: Uma carta? Mas de quem?

Henrique olha o remetente e fica surpreso. Era uma carta enviada pela Suzana. Ele abre e começa a ler.

........

Raul é avisado de que sua filha está querendo ver ele. Ele autoriza sua secretária a deixa-la entrar.

Raul: Filha, aconteceu alguma coisa?

Linda abraça Raul emocionada.

Linda: Me desculpa pai, mas eu não posso deixar te enganarem desse jeito.

Raul: Filha, o que houve? Do que você está falando?

Linda: Pai! Hoje eu flagrei a mamãe beijando o doutor Amadeu. Eles estão tendo um caso escondido.

Raul: O que?

Linda: Me desculpe por ter que dizer isso, mas não posso deixar eles te enganarem.

Raul: Tudo bem, não se preocupe. Eu saberei o que fazer. Obrigado por me contar.

Eles se abraçam.

........

Ricardo estaciona o carro e vai ao encontro de Clarice. Ela está sentada em um banco olhando para o mar.

Ricardo: Clarice? O que você está fazendo aqui? Porque desistiu de ir à delegacia?

Clarice: Senta.

Ricardo senta ao lado dela.

Ricardo: O que aconteceu?

Clarice: Ricardo eu vou ser bem direta.

Ricardo: Tudo bem.

Clarice: Eu não te amo!

Ricardo: Que loucura é essa meu amor, o que você está falando?

Clarice: Por favor, não torne isso mais difícil. Eu estou sendo sincera. Quero que você suma da minha vida e nunca mais me procure.

Ricardo: Mas Clarice, isso não é hora de discutirmos isso. Sua irmã...

Clarice: Por favor, eu sei o que estou fazendo. Some da minha vida. Não me procura mais. Eu sei cuidar de mim e da minha família.

Clarice se levanta. Ricardo também se levanta e tenta pegar em sua mão, mas ela evita.

Clarice: Será que você não entendeu?

Ricardo: Não, eu não entendi. Você está agindo como uma doida. Saiu para denunciar o sequestro da sua irmã e agora me chama para terminar um relacionamento. O que está acontecendo? Quem está te obrigando a fazer isso?

Clarice olha nos olhos de Ricardo.

Clarice: Ninguém. Agora me esquece.

Clarice entra no seu carro e sai. Ricardo senta no banco e coloca as mãos sobre a cabeça chorando.

........

Renata estava servindo um café, quando Abreu entra na sua sala.

Abreu: Doutora, a Clarice quer falar com a senhora.

Renata: A Clarice? Mande-a entrar.

Abreu: Tudo bem.

Abreu pede para Clarice entrar. Ela entra na sala de Renata.

Renata: Clarice? Que surpresa? Aconteceu mais alguma coisa? Outra ameaça?

Clarice: Não delegada. Eu vim por outro motivo.

Renata: Que motivo?

Clarice: Eu vim dizer que eu matei a Raquel! Eu sou a verdadeira assassina, o jogo acaba aqui.

Renata fica surpresa.