[Narrado por Rogério]
“Abraham
Lincoln uma vez disse: ‘Não sou obrigado a vencer, mas tenho o dever de ser
verdadeiro. Não sou obrigado a ter sucesso, mas tenho o dever de corresponder à
luz que tenho.’ Bom, eu concordo com este pensamento, pois mesmo não nos
achando superior aos nossos problemas, devemos sempre lutar para vencê-los.”
Joana abre os
olhos e encara Dênis.
Dênis: Eu sempre quis ficar com você. Você é muito
linda.
Joana: Dênis, eu...
Dênis: Xiii... Por favor, não fala nada.
Dênis beija Joana. Eles se envolvem e começam a
tirar a roupa.
Joana: Não sei se
devo...
Dênis: Xiii... Não
precisa falar nada. Apenas se deixe levar.
Dênis beija o corpo de Joana e faz ela sentir uma
sensação como nunca tinha sentido antes.
Cena 2
Roberta aparece na
sala e percebe que Leonor estava pensativa.
Roberta: No que está pensando?
Leonor volta a si
e olha para Roberta.
Leonor: Nada demais.
Roberta: Não é o que parece. Você parecia bem distante.
Leonor: Você te razão. De uma forma ou de outra você vai
saber mesmo.
Roberta: Opa! Como assim?
Leonor: Recebi um telefonema de sua irmã.
Roberta: A Victória?
Leonor: Exatamente.
Roberta: E o que ela queria?
Leonor: Avisar que em breve estará voltando para o
Brasil.
Roberta senta no
sofá.
Roberta: Eu não acredito. Porque ela vai voltar? Tudo está
tão perfeito como está.
Leonor: Por favor, ela é sua irmã. Não faz sentido vocês
duas ficarem se tratando como duas inimigas.
Roberta: Só que não sabemos ser diferentes, mamãe.
Infelizmente temos o mesmo sangue e nada poderá mudar isso. Mas eu jamais a
perdoarei.
Leonor: Mesmo depois de tanto tempo?
Roberta: Mesmo que dure a vida inteira. E me dá licença.
Roberta se levanta
e sai da sala.
Cena 3
Na casa dos
Villanis, Bernardo e sua esposa, Teresa, estavam se preparando para irem
dormir. Bernardo estava com uma crise de tosse.
Teresa: Insisto para que você procure o Dr. Gilliardo o
quanto antes.
Bernardo: Está sendo muito precipitada. É apenas uma tosse
boba. Vai ver como amanhã estarei melhor.
Teresa: Não mesmo. Com saúde não se brinca. E nós não
estamos em condições de achar que ainda temos saúde de quando tínhamos 20 anos.
Bernardo: Mas eu não estou brincando com nada. Apenas acho
que não deve ser nada.
Teresa: Isso quem vai dizer é o Dr. Gilliardo. E não
adianta bater o pé que isso já está decidido. Você vai e ponto final.
Bernardo tosse
mais e bebe um pouco de água. Eles se deitam.
Cena 4
Fred estava lendo
um livro em seu quarto. Seu pai, Pedro, invade seu quarto com um papel na mão.
Pedro: Será que você pode me explicar o que significa
isso?
Fred larga o livro
e olha para o papel.
Pedro: Aqui diz: Seja bem-vindo ao Centro de Danças e
Artes Multicultura. Você se inscreveu em uma escola de dança?
Fred: Sim! Qual é o problema nisso?
Pedro: E você ainda me fala assim, ao natural.
Sônia entra no
quarto.
Sônia: Por favor, Pedro. Pare com esse escândalo. Não há
motivos para tudo isso.
Pedro: Eu não vou admitir que um filho meu seja
dançarino. Isso é ridículo.
Fred: Ridículo é o que você está fazendo pai.
Pedro: Seu moleque atrevido.
Pedro levanta a
mão para bater em Fred e Sônia entra na frente.
Sônia: Não, Pedro. Você não vai bater no nosso filho.
Ele não falou nenhuma mentira. Isso que você está fazendo é ridículo.
Pedro: Sai da minha frente, Sônia.
Sônia: Não vou sair. Eu não vou deixar você bater no
Fred por causa disso.
Pedro ferve de
raiva e rasga o papel.
Pedro: Está vendo o que eu faço com isso? E não pense
que vai fazer parte dessa palhaçada, só se eu estiver morto.
Pedro sai do
quarto e Sônia abraça Fred que chora.
Sônia: Calma meu filho. Eu não vou deixar seu pai fazer
nada com você. Vai ficar tudo bem. Eu te prometo.
Cena 5
AMANHECE. No
colégio, Vanessa estava sentada na escadaria lendo um livro. Renato se aproxima
dela e a cumprimenta com um beijo no rosto, sentando-se ao lado dela.
Renato: Como está?
Vanessa: Mais ou menos. Um pouco melhor que ontem, talvez.
Renato: Aconteceu alguma coisa?
Vanessa: O de sempre. A minha mãe para variar. Ela insiste
em me criticar em tudo. E como se eu estivesse sempre errada.
Renato: É uma pena. Eu não vejo você assim. Eu te vejo
como uma pessoa incrível.
Vanessa: Obrigada.
Vanessa ri, mas
logo cessa o riso ao ver Lucas chegando ao lado de Raquel. Renato percebe.
Raquel: Está vendo só. Ela está olhando para você como
uma predadora olha para sua caça.
Lucas: Já conversamos sobre isso. Por favor, eu tenho
muita coisa para assimilar.
Raquel: Me desculpa.
Raquel dá um beijo
em Lucas. Vanessa fecha o livro.
Renato: Você gosta dele, não é?
Vanessa: Não... quer dizer... talvez. Mas eu sei que estou
sendo uma idiota em achar que ele iria se interessar por mim.
Renato: Eu não veria nenhum problema. Você não perde para
nenhuma garota desta escola.
Vanessa olha para
Renato.
Vanessa: Obrigada.
Paula se aproxima
dos dois, junto com Rogério. Ela mostra o panfleto para os dois.
Vanessa: O que é isso?
Paula: O professor de Biologia fará uma aula
extracurricular onde iremos fazer um camping. Será neste local aí.
Renato: Legal! Já ouvi falar deste lugar e dizem que é
muito bom.
Rogério: Cacheiras, natureza e todas as gatinhas do
colégio. Será tudo perfeito.
Paula: E nós, é claro, com certeza iremos nos inscrever
nessa.
Vanessa: Ah, não sei.
Paula: Negativo. A senhorita vai ir sim. Nem que
tenhamos que te arrastar para lá.
Renato: Concordo com a Paula.
Vanessa: Tudo bem. Já vi que sou voto vencido.
Paula: Eba.
Rogério: Serrinha, aí vamos nós!
Cena 6
Fred caminha pelo
corredor olhando para alguns papéis e acaba esbarrando em um garoto. Era Diego,
o novo aluno do colégio.
Fred: Me desculpe, eu estava distraído.
Diego: Tudo bem, não tem problema. Também estava
distraído. Na verdade estou um pouco perdido aqui.
Fred: Você é novo aqui?
Diego: Sim. Me chamo Diego.
Diego estende a
mão para Fred. Fred olha para a mão dele e aperta.
Fred: Me chamo Fred.
Diego: Bom, Fred, se puder me ajudar eu agradeceria.
Fred: Claro! Qual sua dúvida.
Diego: Eu peguei minha grade, mas não consigo me achar
nas aulas.
Fred: Posso dar uma olhada?
Diego: Claro! Fica a vontade.
Diego entrega o
papel para Fred. Ele olha por alguns segundos.
Fred: Aula de Literatura com a professora Eliane. Mesma
turma que a minha. Se quiser me acompanhar.
Diego: Claro! Muito obrigado.
Fred: De nada.
Fred caminha para
a sala sendo acompanhado por Diego.
Cena 7
A campainha da
casa de Renato toca. Sua mãe, Elisa, atende. Era Ronald, um detetive
particular.
Ronald: Dona Elisa?
Elisa: Sou eu mesma. O senhor deve ser o...
Ronald: Ronald! Sou o detetive particular que a senhora
contratou.
Elisa: Certo. Entre por gentileza.
Ronald: Com sua licença.
Ronald entra e se
acomoda no sofá.
Elisa: Pois então, seu Ronald, eu vou ser bem direta. Eu
quero que o senhor siga o meu marido, porque desconfio que ele esteja me traindo.
Ronald: Entendo. E o que a leva a crer nisso?
Elisa: Intuição feminina. Conheço bem o homem com quem
me relaciono. Embora esteja torcendo para estar totalmente enganada, quero
confirmar se posso ou não confiar nele.
Ronald: Bom, posso cuidar disso. Isso é baseado naquele
valor que lhe informei por e-mail.
Elisa: Tudo perfeito. Quanto a isso não se preocupe.
Apenas faça o que estou te pedindo. Quero saber se meu marido é ou não um homem
fiel.
Cena 8
Na sala de aula,
Eliane, professora de Literatura, estava dando sua aula.
Eliane: No Brasil podemos classificar o romantismo como:
indianistas, urbanos e regionalistas. No romance indianista, o índio era o foco
da literatura, pois era considerado uma autêntica expressão da nacionalidade.
Os urbanos tratam da vida na capital e relatam as particularidades da vida
cotidiana da burguesia. Já os regionalistas propunha uma construção de texto
que valorizasse as diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais que
afastavam o povo brasileiro da Europa, e caracterizava-os como uma nação.
Os alunos estavam
entediados. Fred de vez enquanto olhava para Diego.
Elisa: Entretanto, o romantismo perdurará até à década
de 1880. Agora prestem atenção. Formem duplas porque quero que vocês
desenvolvam um trabalho. SENHORA é um dos últimos romances de Alencar.
Quero que façam uma leitura e me tragam um resumo da obra, valendo dois pontos.
Fred toca em
Diego.
Fred: Gostaria de fazer o trabalho comigo?
Diego: Claro! Pode ser.
Fred fica
contente.
Cena 9
Bernardo, por
insistência de sua esposa, estava no consultório do doutor Gilliardo.
Bernardo: Eu particularmente não queria vir, mas Teresa
insistiu tanto que achei melhor vir logo de uma vez.
Gilliardo: Mas ela está certa. Com saúde não se brinca.
Bernardo: Exatamente o que ela repetiu a noite toda.
Gilliardo abre um
sorriso.
Gilliardo: Então o senhor diz que tem algumas crises de
tosse seca à noite.
Bernardo: Isso, mas nada, além disso. Depois melhora.
Gilliardo: Certo. Com que frequência o senhor faz xixi?
Bernardo: Ultimamente estou urinando muito, principalmente
à noite. Mas também, esse calor, eu passo o dia todo ingerindo líquido.
Gilliardo: Certo. Agora eu quero que o senhor abra bem os
olhos.
Gilliardo verifica
os olhos de Bernardo com uma lanterninha.
Gilliardo: Muito bem. Vou solicitar alguns exames e então
farei um diagnóstico.
Bernardo: Tudo bem. Sei que não será nada demais.
Cena 10
Simone estava na
piscina tomando um banho de sol. Omar, seu marido, se aproxima dela.
Omar: Desde nossa conversinha de ontem à noite eu fiquei
curioso para saber como você pode mudar a cabeça do meu pai para que eu me
torne o diretor do colégio.
Simone: Você é muito curioso. Deveria confiar mais em
mim.
Omar: Sabe que eu confio em você. Mas não tem porque
esconder isso de mim.
Simone: Talvez sim, talvez não, mas a questão é que de um
jeito ou de outro você terá que esperar um pouco.
Omar: Esperar? Como assim?
Simone: Calma, Omar. Você quer ser o diretor do colégio,
não?
Omar: Claro que sim, mas não no século que vem.
Simone: Meu plano será letal, mas você deve ter
paciência. Já estou providenciando tudo. Te garanto que não se arrependerá de
ter esperado. Quando eu concluir o que planejo, seu irmão nunca mais será
diretor desse e nem de nenhum outro colégio novamente. Isso eu te prometo.
Omar: Tudo bem. Vou dar o tempo que você precisar. Mas
espero que saiba bem o que está fazendo.
Simone: Pode deixar comigo.
Omar se levanta e
sai, enquanto Simone continua a tomar seu banho de sol.
Cena 11
Vanessa caminha
pelos corredores do colégio e percebe que os alunos estão olhando para ela e
rindo. Ela vai até Renato.
Vanessa: Por acaso você sabe o que está acontecendo?
Renato: Como assim?
Vanessa: Não sei, de repente estão todos olhando e rindo
de mim.
Renato: Deve ser apenas impressão sua.
Vanessa: Acho que não. Está muito estranho.
Paula se aproxima
dos dois acompanhado de Rogério.
Paula: Vanessa? Você tem que ver isso.
Paula mostra em
seu celular o vídeo onde o pai de Vanessa a arrasta da festa. Renata e Joana
haviam colocado na internet.
Vanessa: Eu sabia que tinha algo errado.
Renato: Mas quem será que postou isso?
Vanessa: E você ainda tem dúvidas?
Vanessa caminha
rapidamente sendo seguida pelos amigos.
Paula: Vanessa, aonde você vai? Espera.
Vanessa vai até
Raquel, que estava junto com Joana e dá um tapa na cara dela.
Raquel: Que é isso? Ficou maluca?
Vanessa: Isso é o pagamento disso.
Raquel fica com a
mão sobre o rosto que ainda ardia do tapa que recebera, enquanto observa o
vídeo que Vanessa mostra para ela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário