quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Episódio 13: Reaper

Gritos. É todo o som que eu sou capaz de escutar. Gritos por socorro, por amparo. Gritos de ódio. Gritos de perda. Gritos de alívio por seu ente estar vivo e respirando. Mas eu não grito, apenas me levanto e sinto uma coisa esquisita. Sinto meu coração de volta ao lugar.
Manco alguns metros até chegar à uma sala no fim do corredor. Lá eu escuto algumas vozes conhecidas e meus olhos começam a apagar novamente. Pendo para o lado e sinto alguém me segurar e me arrastar para dentro da sala. Sou colocado encostado na parede e me dão um copo com líquido vermelho para eu beber. Bebo e seguram minha boca para que eu não cuspa. Bebi sangue.
Em instantes, meu corpo começa a se recuperar. Meus sentidos voltam pouco a pouco, com o passar dos segundos, minha visão fica mais nítida e a sala que eu vejo está totalmente quebrada. Há umas cinco pessoas sentadas em um banco nos fundos da sala e uma moça loira tentando curar uma senhora. Luna está tentando curar Sara.
Zoe me guia até uma outra sala para que eu não abra o berreiro – o que é possível que aconteça – e vejo duas pessoas em mesas de pedra. Chloe e Ed estão desacordados e, por um instante, sinto meu coração doer tanto que é como se Morte o apertasse bem na minha frente.
— O que houve?
— Morte e seu exército de sobrenaturais atacaram o castelo.
— Isso eu sei, eu quis dizer com você, com eles, com Sara.
— Eu me transformei em uma vampira, e precisava me alimentar para ter auto controle de mim mesma, pelo menos, foi o que eu ouvi naquela sala antes de me transformar. Chloe e Ed lutaram contra Morte, mas foram desacordados com uma rajada de pulso eletro-magnético. Já Sara, bom, foi ela que recuperou o seu coração.
— E porque eu não me curei sozinho?
— A fraqueza de um ceifeiro é aquilo que mais lhe consome o coração. Morte obviamente não sabia o quanto você gostava de Chloe, então matou o seu gato. Agora nós sabemos que isso não foi suficiente para lhe matar.
— E como a Sara ficou do jeito que ela está?
— Ela lutou com Morte. Assim que ela recuperou seu coração, ela o jogou para Luna, e Silas enfiou uma estaca no peito dela.
— Quando você acordou, eu te curei com meu sangue. Com sangue de vampiro. Sleepy não foi suficiente para lhe matar, mas foi suficiente para tirar seu poder de cura acelerada, com certeza.
— Você está me dizendo que se Chloe morrer, eu morro?
— Provavelmente sim. Me ajuda a curar esses dois.
Zoe corta seu pulso com uma faca e pinga o sangue na boca de Chloe e Ed. Temos que segurar os maxilares deles, pois senão, eles irão vomitar – foi assim que eu me senti – e logo em seguida, os dois acordam enquanto eu observo o pulso de Zoe se curar rapidamente.
Chloe me abraça e eu retribuo. Desta vez, eu sinto uma coisa. Eu sinto algo preenchendo o meu coração. Somos interrompidos por a chegada de Luna.
— Como ela está? – Pergunto.

— Morta.

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