sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Episódio 9: Reaper

Minha mãe parece não ter visto ou ouvido nada. Vou para o meu quarto e ponho uma música alta no computador para abafar o som das coisas que eu começo a derrubar.
Olho para a mesa e vejo o meu celular vibrando. Abaixo o volume da música e atendo.
— Alô?
— E aí, ceifeiro? – Luna.
— O que você quer?
— Meu cajado de volta. Devolva ou sua amiga morre.
— É só me dizer onde e quando.
— Distrito Alto.
— Isso fica a duas horas daqui!
— À meia noite.
— Certo, eu vou dar um jeito! Luna, eu estou avisando, se encostar um dedo na Chloe...
— Venha sozinho. Espero que entenda o que eu quis dizer.
Luna desliga.

Morte aparece sentado na minha cama e batendo palmas com um sorriso irônico de psicopata no meio do rosto. À minha volta, o quarto já encontra-se branco novamente. Ganhei uma nova missão.
— O que você quer? – Pergunto, com um pouco de stress.
— Eu quero que você mate alguém para mim.
— Quem.
— É uma maga que volta e meia atrapalha meus planos.
— Luna Mitchell? – Pergunto.
— Quem é essa? Não. O nome da maga que eu quero que você mate éCarla Geller.
— E eu posso saber como é que eu vou matar uma maga?
— Você é um ceifeiro. Se vire. Ah, e a propósito, a fraqueza de um ceifeiro é aquilo que mais lhe consome o coração.
Morte desaparece e eu fico pensativo sobre sua frase. Ponho a mão no meu bolso e ainda sinto o broche. Sinto muito Morte, eu tenho um trabalho mais importante para fazer.

[...]

Passo a tarde toda malhando nos equipamentos que fiz aparecer utilizando o cajado de Luna. Sleepy resolveu dormir em cima da minha cama e eu coloco o broche perto dele.
Faço levantamentos e fico pensativo quanto à Chloe. Tenho que contar a ela, mesmo que isso signifique que ela vai me odiar pelo resto da vida. Não me importo.
Já são nove e meia quando saio de casa e me dirijo à Distrito Alto.

[...]

São 23:58. Está muito calmo por aqui. Ouço ruídos e viro para trás. Luna vem com Chloe em minha direção. Chloe está com as mãos amarradas e uma faca no pescoço. Não posso arriscar nenhum movimento contra Luna. Não agora.
— Entregue meu cajado!
— Solta ela primeiro.
— Tudo bem, você quer ela? Pode ter!
Luna usa algum tipo de feitiço de manipulação de objetos e Chloe fica livre, correndo direto para mim.
— Para trás. – Falo.
— O quê?
— Para trás! – Grito, Chloe me obedece, mas Luna fica alerta.
— Tome o seu cajado ridículo!
Jogo o cajado na direção de Luna, ela se distrai e eu pego o verdadeiro, imagino uma prisão mágica e Luna fica presa dentro de uma bola verde de estática. Transporto todos de volta para minha casa.

[...]

Com o cajado, fiz uma espécie de alçapão mágico, e joguei Luna lá dentro, de onde ela não pode escapar a menos que eu a solte. Chloe está no meu quarto, alisando Sleepy e eu desço ao alçapão com minha foice para falar com Luna.
— Parabéns, ceifeiro. Agora todas as magas virão atrás de você.
— Eu vim te alertar de uma coisa, Morte quer que eu mate uma tal de Carla Geller. Conhece?
— Ele quer matar a minha mentora? Por quê?
— Eu não sei. A propósito, eu gostei muito do seu cajado.
— Eu posso te arrumar um, se quiser.
— Não vem com essa de tentar me corromper. Não vai colar.
Subo as escadas e, quando chego na metade, escuto uma frase familiar.
— A fraqueza de um ceifeiro é aquilo que mais lhe consome o coração.

É a frase que Morte me disse hoje pela manhã.

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