segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Jovens: Capítulo 11



[Narrado por Renato]
No capítulo anterior...
[Fred e Diego seguiam caminhando juntos. - Fred: Nos comunicamos por e-mail, para trocarmos ideias sobre o trabalho. - Diego: Claro... Droga! Acho que alguém esvaziou de propósito. - Diego e Fred olham de longe, enquanto Elias, Murilo e Dênis dão risadas.]
[Celso, pai de Rogério, estava lendo uma carta que a mãe de Rogério havia mandado. - Celso: Não acredito que ela tem a coragem de escrever me dizendo que pretende voltar. - Rogério encontra carta e questiona Celso. - Rogério: Por que o senhor não me disse que a mamãe estava voltando?]
[Vanessa e Raquel brigam e Inaiá flagra. - Inaiá: Mas o que diabos está acontecendo aqui?- Vanessa e Raquel são levadas para a sala do diretor, Rômulo. - Rômulo: Muito bem, então alguém pode me dizer o que aconteceu?]
[Renato faz um mural e cola fotos de Vanessa. Sônia passa mal no banheiro e desmaia. Elias, Murilo e Denis Pixam o muro do colégio. Sérgio, professor de História, lê a carta que sua mulher deixou... (... Fui embora porque não acreditava mais em nós. Espero que siga sua vida...). Roberta agarra Adonys lhe dando um beijo.]
[Vanessa estava brigando com seus pais, Beatriz e Rodrigo. - Vanessa: E eu exijo que vocês parem de me criticar e escutem minha versão antes de me jogarem pedras como se eu fosse uma condenada... - Beatriz dá um tapa em Vanessa. - Vanessa coloca uma carta sobre a mesa e sai caminhando pelas ruas.]

CENA 1
Dia de sol no Rio de Janeiro. Se passou um dia depois de tudo o que aconteceu. Vanessa havia se abrigado, escondida, na casa de Renato. Ele havia terminado de tomar café e estava indo levar algo para ela comer.

Renato: Com licença! Te trouxe algo para comer.
Vanessa: Que bom. Estava com fome.
Renato: É que minha mãe demorou para sair.
Vanessa: Tudo bem. Só espero não te causar nenhum problema em ficar aqui como uma fugitiva.
Renato: Não, pode ficar tranquila. Meus pais não são do tipo que vasculham meu quarto. Você poderia morar aqui a vida inteira que eles nem perceberiam.
Vanessa: Nossa, também não precisa exagerar.
Eles riem. Vanessa fica séria.
Vanessa: Só espero conseguir fugir mesmo.
Renato: Você tem certeza de que quer mesmo ir embora?
Vanessa: Nunca estive tão certa. Cansei de injustiças. Será o melhor pra mim.
Renato: Tudo bem. Agora eu tenho que ir, se não vou me atrasar muito pra aula.
Vanessa: Claro! Ah, e por favor, mande um abraço para a Paula e os meninos. Só que não diga que estou aqui.
Renato: Ok.
Renato sai.

CENA 2
Na casa de Vanessa, seus pais, Rodrigo e Beatriz, estavam preocupados com o sumiço dela.

Beatriz: Eu não acredito que essa garota teve coragem de fugir de casa. Sabia que deveríamos ter sido mais pulso firme com ela.
Rodrigo: Não sei. Talvez esse tenha sido o problema.
Beatriz: Como assim? Agora a culpa é nossa?
Rodrigo: Talvez! Pensa bem. Depois de tudo o que aconteceu, você ainda agrediu ela...
Beatriz: Pode parar, Rodrigo. Eu não tenho culpa das burradas que essa garota faz. Se ela decidiu fugir de casa é porque ela quis. Não vou me sentir culpa por tentar exigir respeito.
Rodrigo: Eu não estou te culpando, apenas estou dizendo o que acho.
Beatriz: Mas você está errado. A Alice nunca fugiu de casa, só a irmã dela que inventa essas maluquices.
Rodrigo: Mas é diferente. Nós nunca tratamos a Alice com tanta hostilidade como tratamos a Vanessa.
Beatriz: Não tente justificar o injustificável. Só te garanto que quando por as mãos na Vanessa ela irá me ouvir. Com licença.
Beatriz sai da sala e deixa Rodrigo pensativo.

CENA 3
No colégio, Inaiá estava na sala do diretor, Rômulo.

Inaiá: O que o senhor pensa em fazer em relação a este caso?
Rômulo: Bom, a princípio irei providenciar câmeras de monitoramento. Espero conseguir flagrar caso esses pichadores venham novamente.
Inaiá: Acho uma excelente ideia. Isso é uma coisa de vândalo, tem que ser punido severamente. Dano ao patrimônio alheio.
Rômulo assiste a empolgação de Inaiá e ela abaixa a cabeça envergonhada, por seus gestos.

CENA 4
Fred estava sentado na escadaria do Colégio. Diego se aproxima dele.
Diego: E ai? Como é que você está?
Fred: Péssimo.
Diego: Imagino. Sabe que pode contar comigo, né?
Fred: Obrigado! Infelizmente a única coisa que eu queria era que minha mãe estivesse bem, mas isso parece ser impossível no momento.
Diego: Não diga isso. Ela vai sair dessa. Você não pode ser tão negativo nesse momento, seja forte por sua mãe. Não vai ajudar muito se ela souber que você está sendo afetado por causa disso. Ela vai se sentir culpada.
Fred: Você tem razão. Eu não posso desanimar.
Diego: É isso ai! É assim que gosto de te ver, sempre pensando pelo lado positivo.
Fred: Obrigado!
Diego: Não tem o que agradecer. Como disse: sempre conte comigo.
Diego dá um abraço em Fred.

CENA 5
Paula e Rogério se encontram.
Rogério: Oi!
Paula: Oi, Rogério.
Rogério: Alguma notícia da Vanessa?
Paula: Nada. Estou começando a ficar preocupada. O pior de tudo é que como ela deixou uma carta dizendo que ia fugir a polícia não tem muito o que fazer.
Rogério: Que loucura.
Paula: Mas eu não me surpreendo. Os pais da Vanessa são muito loucos. Bom, você viu aquele dia lá na festa.
Rogério: Verdade! E o Fred, onde está?
Paula: Eu vi ele na escada. Conversei com ele, estava meio abatido.
Rogério: Alguma notícia da mãe dele?
Paula: Ele me disse que ela ainda está hospitalizada, mas que parece que vai ter alta hoje. Coitado dele.
Rogério: Muito irônico isso. Enquanto ele sofre com a doença da mãe dele, eu não sei o que pensar da minha.
Paula: Como assim?
Rogério mostra a carta que sua mãe havia mandado.
Paula: Sua mãe te enviou uma carta?
Rogério: Sim! Ela disse que está voltando.
Paula fica chocada ao saber.

CENA 6
Leonor encontra Roberta deitada no sofá da sala olhando para o teto.

Leonor: Ora, o que faz olhando para o teto? Até parece que está pensando em algo muito sério.
Roberta: Talvez.
Leonor: Ah, é. E o que seria tão sério para te deixar assim tão nostálgica?
Roberta se levanta e olha para Leonor.
Roberta: Digamos que eu esteja repensando algumas coisas sobre a minha vida.
Leonor: Tipo?
Roberta: Tipo o Rômulo, por exemplo. Não sei se devo me casar com ele.
Leonor: Você ficou maluca? Isso não tem que ser pensado e nem repensado.
Roberta: Mas talvez eu não goste tanto dele a ponto de me tornar a mulher dele, entende?
Leonor: Não! Eu não entendo. Agora se você quer saber mesmo, o que eu entendo é que nos dias de hoje se você não tem alguém que te dê um sustento, você está ferrada.
Roberta: Dinheiro, dinheiro... Meu Deus! Será que você só pensa nisso?
Leonor: E no que mais eu deveria pensar? Quem mais poderia te oferecer o que o Rômulo Villani pode te dar? O Adonys?
Roberta fica séria. Leonor percebe o jeito dela ao ouvir falar nele.
Leonor: Roberta, não vai me dizer que está pensando... Meu Deus! Isso só pode ser um castigo.
Roberta: Eu gosto do Adonys, mãe. O que eu posso fazer?
Leonor: Se internar! É isso que você deveria fazer. Uma sandice dessas e você acha normal trocar alguém tão importante por um brucutu daqueles? Só tenho uma coisa para te dizer... Fique com o Adonys e será a mulher mais burra da história humana.
Leonor se retira da sala resmungando e Roberta passa as mãos na cabeça.

CENA 7
No hospital, Sônia estava despertando. Seu marido, Pedro, estava sentado ao lado dela.

Pedro: Oi.
Sônia: Oi. Onde estão os meninos?
Pedro: No colégio. Já faltaram ontem, então não quis deixa-los perder mais um dia de aula, afinal você volta pra casa hoje.
Sônia: Graças a Deus. Não estava mais aguentando isso tudo. Aliás, não sei se vou aguentar esse tratamento...
Pedro: Não diga isso. Sabe que vou estar sempre ao seu lado. Eu prometo que não vou te abandonar.
Sônia: Mas você sabe que câncer mata, não sabe?
Pedro: Assim como sei que também pode ser revertido. O que importa é você acreditar e lutar, por mim e pelos seus filhos. Acima de tudo, por você mesma.
Pedro dá um beijo na testa de Sônia e sorri para ela.
Pedro: Agora espere um pouco que vou avisar ao médico que você acordou. Já volto.
Sônia: Tudo bem.

CENA 8
Os alunos estão na sala a espera do professor. Inaiá aparece na sala e pede atenção dos alunos.

Inaiá: Vim comunicar a todos que por motivos pessoais o professor Sérgio não veio, portanto...
Os alunos vibram.
Inaiá: Silêncio! Ainda não terminei.
Elias: Então termina logo meu amor, estamos louco pra ir embora.
Os alunos vibram.
Inaiá: Silêncio! Mais respeito ao se dirigir a mim rapazinho. Como estava dizendo, devido o fato do professor Sérgio não ter vindo, vocês estão liberados.
Os alunos vibram e começam a sair da sala.
Inaiá: Silêncio! Será que vocês não sabem sair sem fazer barulho? Parece um estouro de boiada.
Elias dá um beijo surpresa no rosto de Inaiá e sai acompanhado dos amigos. INaiá fica indignada. Já no corredor, Paula e Renato caminham conversando.
Paula: Sabe de alguma notícia da Vanessa? Estou preocupada.
Renato: Vem comigo.
Já fora do colégio, eles continuam a conversa.
Paula: O que houve? Por acaso você sabe onde ela está?
Renato: Sim! Ela está na minha casa.
Renato: Sim. Eu te explico tudo enquanto vamos pegar o ônibus. Tenho medo de alguém saber disso.
Paula: Tudo bem.
Eles saem. Alice estava escondida e ouviu tudo.
Alice: Então quer dizer que minha irmã está escondida na sua casa? Meus pais precisam saber disso.

CENA 9
Vanessa olha alguns livros de Renato e acaba derrubando alguns papéis no chão. Ao se agachar para pegar ela vê o mural que contém fotos dela, em baixo da cama. Ela pega o mural e começa a olhar.

Vanessa: Mas o que é isso?
Nesse momento, Elisa, mãe de Renato, chega em casa. Vanessa ouve o barulho da porta fechando e se assusta deixando o mural cair no chão. Elisa ouve o barulho e fica assustada.
Elisa: Renato? Você está em casa, filho?
Vanessa coloca o mural de volta em baixo da cama. Ela procura um lugar para se esconder, mas Elisa abre a porta do quarto e a surpreende.
Elisa: Quem é você? O que está fazendo no quarto do meu filho?
Vanessa fica pálida.

CENA 10
Brandão para seu carro próximo ao colégio. Ele sai de dentro e quando tenta atravessar para ir ao encontro de Marta, ele vê ela beijando Luis. Brandão retira o óculos.

Brandão: Eu não acredito no que estou vendo.
Brandão observa de longe. Marta se despede de Luis e vai embora. Brandão entra no carro e sai.

CENA 11
Renato chega em sua casa e encontra Vanessa sentada na sala conversando com Elisa.

Renato: Mãe?
Elisa: Muito bonito seu Renato. Então você estava escondendo sua amiga no seu quarto.
Renato: Mãe, eu posso explicar...
Elisa: Não precisa. Eu já conversei com a mocinha. Já soube da história dela. Apesar de não achar certo, sei que sua intenção foi das melhores. Mas você não podia fazer isso sem falar comigo ou com seu pai, filho. Os pais dessa menina devem está preocupados. Sei que ela tem motivos para ficar chateada com eles, mas eles não merecem sofrer desse jeito. Fugir dos nossos problemas não faz com que eles desapareçam. É preciso ter coragem e enfrentar tudo de cabeça erguida.
Renato: Por favor, mãe, não conte aos pais dela que ela está aqui.
Elisa: Não sei. Primeiro vamos ver o que o seu pai acha de tudo isso. Por enquanto deixamos assim. Agora vai tomar um banho que precisamos almoçar.

CENA 12
A noite chega. Renato e Vanessa estavam sentados na sala.

Renato: Você vai voltar para sua casa?
Vanessa: Não sei. Talvez a sua mãe tenha razão. Fugir dos meus pais não vai resolver nada. Eu só preciso mostrar que eles estão sendo injustos comigo. O problema é que não sei como.
Renato: Você não precisa ir se não quiser.
A campainha toca. Renato se levanta e abre a porta. Beatriz e Rodrigo entram.
Beatriz: Então você está mesmo aqui?
Vanessa: Mãe? Pai?
Vanessa fica aflita.



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