[Narrado
por Paula]
“Superar algo
significa vencer as adversidades e não se deixar abalar por coisas que
atrapalham você a chegar ao seu objetivo. Algumas vezes a vida pode te atingir
na cabeça com um tijolo, mas não perca a fé.”
CENA 1
Lucas continuou com o braço estendido esperando alguma reação de Álvaro.
Lucas: Pensei que tudo ficaria bem.
Álvaro aperta a mão de Lucas, que abraça ele.
Lucas: Seja bem vindo, amigo. Saiba que todos nós torcemos por você.
Álvaro: Obrigado. E... Com relação ao acontecido, deixemos assim. Convenci os
meus pais a não te denunciar. Fui imprudente e não é justo que você seja
apontado por isso. Cometemos erros e temos que arcar com o preço que nos é
cobrado.
Lucas: Você vai sair dessa. Ainda vamos jogar muita bola juntos.
Álvaro: Pode ser! Enquanto isso não acontece... Eu fico na torcida.
Álvaro dá um sorriso e segue em direção à entrada do colégio, sendo
abordado pelos alunos que lhe davam as boas vindas, enquanto Lucas o observava.
CENA 2
Na sala de Rômulo, ele e Inaiá estavam assistindo ao vídeo das câmeras
de segurança do colégio, onde foram captadas imagens do pixadores.
Rômulo: Que droga. Infelizmente as imagens não são claras o suficiente para
apontar quem são esses pixadores.
Inaiá: Acho que é melhor reforçar mais a segurança do prédio.
Rômulo: Talvez. Mas, enquanto isso talvez fosse melhor esperar mais um pouco.
Estou certo de que mais cedo ou mais tarde esses arruaceiros vão cometer um
deslize.
Inaiá: Se o senhor está dizendo. Agora tem outra coisa que o senhor deveria
saber.
Rômulo olha para Inaiá.
Inaiá: É sobre o professor Sérgio. Ele faltou novamente.
Rômulo passa as mãos no rosto e suspira.
CENA 3
No apartamento de Sérgio, tudo estava bagunçado. Garrafas de bebidas
jogadas pelo chão, almofadas atiradas e restos de comida sobre os móveis. O
telefone começa a tocar. Sérgio estava deitado no sofá com o olhar vidrado para
o teto. Do outro lado da linha, Inaiá aguardava até que Sérgio atendesse, no
entanto ele não atendia.
CENA 4
Na casa dos Villanes, o telefone toca. A emprega atende e imediatamente
passa para Bernardo, que estava sentado lendo o jornal.
Bernardo: Alô. Quem está falando?
Do outro lado da linha estava o Dr. Gilliardo.
Gilliardo: Bom dia, senhor Bernardo. Aqui quem fala é o doutor Gilliardo.
Bernardo: Doutor? Mas que surpresa. Em que posso lhe ajudar?
Gilliardo: Na verdade estou ligando apenas para informar que os resultados dos
seus exames já ficaram prontos.
Bernardo: Certo. E o que eles dizem?
Gilliardo: Prefiro conversar pessoalmente. Tem como o senhor passar aqui hoje?
Bernardo: Posso ver se consigo. Qualquer coisa deixo para amanhã.
Gilliardo: Desculpa minha insistência, senhor Bernardo, mas o quanto antes o
senhor vir melhor será.
Bernardo presente pelo tom da voz do Dr. Gilliardo que algo está errado
e fica intrigado.
CENA 5
Inaiá caminha
pelo corredor do colégio fiscalizando se os alunos estavam nas salas. De
repente ela esbarra em uma moça. Era Sabrina, contratada como uma das
zeladoras.
Inaiá: Menina, não está me vendo passar?
Sabrina: Me desculpe, não percebi que tinha
gente.
Inaiá: Acredito. Deveria ter mais cuidado. Aliás, nunca te
vi por aqui antes.
Sabrina: Sou nova. Estou começando hoje. Sou a
Sabrina.
Sabrina
estende a mão para Inaiá, que fica apenas olhando para ela. Sabrina fica sem
graça e abaixa o braço.
Inaiá: Muito bem. Trate de fazer muito bem os seus
serviços. Estou de olho em tudo.
Inaiá sai e
Sabrina volta ao trabalho.
CENA 6
Marta estava
se preparando para começar a vender. Luis se aproxima dela.
Luís: Bom dia, meu docinho.
Marta: Bom dia, Luís.
Luís percebe
o sorriso forçado de Marta e fica curioso.
Luís: Nossa. O que aconteceu?
Marta: Como assim? Não aconteceu nada. Está tudo bem
comigo.
Luís: Eu posso não te conhecer a muito tempo, mas percebo quando
uma pessoa está tentando esconder algo. Pode contar pra mim. Você sabe que pode
confiar em mim.
Marta: Me desculpa, Luís. É que talvez seja uma coisa só
minha, sabe? Não quero te envolver em problemas...
Luís coloca o
dedo próximo aos lábios de Marta.
Luís: Nada disso. Seus problemas são os meus. E não
precisa nem me dizer nada. Com certeza isso tem haver com o Brandão, não é?
Marta respira
fundo.
Marta: Sim! Tem haver com o Brandão. Ele esteve em minha
casa antes de eu vir para cá. Ele quer que eu me afaste de você.
Luís: Canalha! Não acredito que esse miserável te ameaçou.
Se eu colocar as mãos nele eu...
Marta: Não! Por favor, não faça nada. Não podemos entrar no
jogo dele. O Brandão é muito esperto. Não se preocupe, ele não vai nos
importunar. Logo ele vai aceitar e poderemos viver tranquilos.
Luís: Talvez. Mas, para o bem dele eu espero que você
esteja certa. Se ele insistir em se meter com você outra vez eu não vou deixar
barato.
Luís abraça
Marta e lhe dá um beijo.
CENA 7
Adonys
termina de tomar banho e sai do banheiro enrolado na toalha. Seu celular toca e
ele atende. Era Roberta.
Adonys: Oi, gata.
Roberta: Oi, cachorrão. Tá afim de uma
loucurinha?
Adonys: Com você eu sempre estou afim de tudo.
Roberto: Então porque não abre a porta de sua
casa.
Adonys vai
até a porta e abre. Roberta entra e ele fecha a porta.
Adonys: Nossa. Que surpresa.
Roberta: Você ainda não viu nada.
Roberta
retira o casaco que estava vestida. Ela estava vestida em uma lingerie vermelha. Adonys fica louco ao
ver a cena.
Adonys: Minha nossa.
Roberta: O que está esperando?
Adonys agarra
ela e a leva nos braços até sua cama.
CENA 8
No intervalo
das aulas, Alfredo estava sentado no refeitório. Cíntia se aproxima dele.
Cíntia: Bom dia.
Alfredo: Ora, ora, que surpresa. Vejam se não é
a professora Cíntia que veio falar comigo.
Cíntia: Sem essa. Na verdade vim te perguntar
sobre o Sérgio. Sei que vocês dois são bem amigos e faz dois dias que ele não
vem. Por acaso você sabe de algo?
Alfredo: Na verdade até sei. Digamos que ele
está em uma fase terrível no momento.
Cíntia: E o que aconteceu?
Alfredo: A mulher dele foi embora e levou a
filha junto.
Cíntia fica
chocada ao ouvir.
Cíntia: Meu Deus! E para onde ela foi?
Alfredo: Uma boa pergunta. Nem o Sérgio sabe,
na verdade. A única coisa que ela deixou foi uma carta onde dizia que estava
indo embora.
Cíntia: Ele deve estar bem arrasado.
Alfredo: Muito. Ele estava tentando salvar o
casamento e não conseguiu. Só espero que ele seja forte para superar isso tudo.
CENA 9
Na sala do
consultório do Dr. Gilliardo, Bernardo estava sentado em frente a ele folheando
o resultado dos seus exames.
Bernardo: Então tenho alguma coisa.
Gilliardo: Infelizmente o exame apontou que houve
uma quebra dos mecanismos de defesa naturais do pulmão, incluindo um crescimento
desorganizado de células malignas.
Bernardo: Células malignas?
Gilliardo: Exatamente.
Bernardo
passa a mão sobre a cabeça e fica pensativo.
Gilliardo: O senhor está com um tumor alojado no
pulmão.
Bernardo: Então isso significa que estou com um
câncer!
Gilliardo: Sim! Um câncer de Pulmão.
Bernardo: E tem algum tratamento? Uma cirurgia?
Gilliardo: Bom, a cirurgia é considerada o
tratamento de maior chance de controle da doença, porém não é o ideal para o
senhor, por causa da localização do tumor. Porém, a radioterapia associada à
quimioterapia tem sido reservada para pacientes que não podem ser operados.
Bernardo: Entendo.
Gilliardo: Mas faremos o impossível para que o
senhor saia dessa. O importante é iniciarmos o tratamento o quanto antes.
Bernardo: Claro.
Gilliardo: Aguarde só um instante enquanto dou
inicio aos procedimentos que devemos tomar a partir de agora.
Enquanto o
Dr. Gilliardo cuida dos procedimentos, Bernardo fica pensativo.
CENA 10
Guilherme,
irmão de Fred, entra no quarto do irmão e vai até o local aonde Fred guarda seu
diário. Ele retira e começa a folhear. Sônia o surpreende.
Sônia: O que está fazendo?
Guilherme: Oi, mãe. Eu... estou apenas vendo uma
coisa do meu irmão.
Sônia: Mexendo nas coisas do seu irmão? Sabe que não deve
fazer isso.
Sônia pega o
diário de Guilherme.
Sônia: É melhor ir brincar no seu quarto.
Guilherme: Tudo bem.
Guilherme sai
do quarto e Sônia sorri ao ver que é um diário. Ela começa a ver o que está
escrito.
CENA 11
Na saída do
colégio, Vanessa aborda Renato.
Vanessa: Renato! Espera. Preciso te perguntar
uma coisa.
Renato: Está tudo bem?
Vanessa: Sim. Só que tem uma coisa que fiquei
de te perguntar e ainda não tive tempo.
Renato: O que é?
Vanessa: Quando eu estava na sua casa eu
encontrei um mural com algumas fotos minha. Eu só queria saber porque você tem
um mural com minhas fotos?
Paula se
aproxima devagar. Renato respira fundo.
Renato: Desculpa. Eu... Na verdade eu... Acho
que não consigo falar...
Vanessa: Você gosta de mim?
Paula fica
surpresa.
Renato: Sim! Eu gosto de você. Sempre fui
apaixonado por você.
Vanessa fica
surpresa com a declaração. Paula passa por eles e não fala nada. Vanessa e
Renato percebem.
Vanessa: Paula, espera.
Renato: O que será que deu nela?
Vanessa: Desculpa, Renato. Depois continuamos
essa conversa.
Vanessa sai
atrás de Paula.
CENA 12
Na casa dos
Villanes, Omar estava sentado no jardim. Sua mãe, Teresa, se aproxima dele.
Teresa: Está um belo dia, não é meu filho?
Omar: Lindo!
Teresa: E o seu pai? Sabe onde ele está?
Omar: Não faço a mínima ideia. Talvez esteja fazendo mais
alguma bajulação para o meu irmãozinho.
Teresa: Não diga isso. Seu pai não faz distinção
entre vocês dois.
Omar: Talvez. Mas até que ele me prove o contrário, é
assim que eu o vejo. Com sua licença.
Omar se
retira e Teresa fica pensativa.
CENA 13
No colégio,
Cíntia e Eliane estavam caminhando com seus materiais nas mãos. De repente alguém
começa a gritar.
Eliane: Minha nossa, mas o que é isso?
Cíntia: Estranho. Parece que está vindo da
diretoria.
Alfredo vem
ao encontro das duas.
Alfredo: O que está havendo?
Cíntia: Também não sabemos.
Alfredo: É na sala do diretor.
Todos correm para
lá, inclusive Inaiá. Ao entrarem na sala, eles veem Sabrina, a nova zeladora,
com a roupa rasgada agachada no canto da sala chorando, enquanto Rômulo olhava
para eles com espanto.
Rômulo: Eu sei o que parece, mas... Não é nada
disso que vocês estão pensando. Eu juro.
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