— A Ascensão
começou. Lúcifer ressurgirá das cinzas e reinará no mundo defendido pelo Deus
que já não mais existe. – Lilith responde com um sorriso psicótico no rosto,
sendo sugada para a porta.
Íris, Katherine,
Ryan e E.D. são puxados para lá sem nenhuma dificuldade e a porta começa a se
fechar. Não vejo Luna. Caminho até a porta e ponho a minha foice para segurá-la
por mais algum tempo até que ela apareça.
Luna surge
diante de mim com o corpo de Silas nas costas. Ela o coloca na água e logo ele
é puxado para a porta. Minha foice se parte e ambos somos puxados para dentro.
A porta se fecha.
[...]
— Agora! – Ouço
alguém gritar.
Sons de tiros
percorrem meus ouvidos e os gritos agonizantes me deixam maluco. Olho ao redor
e vejo que estou numa espécie de cova, enterrado vivo. Tento usar minha
telecinese para mover a areia para cima, mas estou fraco demais para isso,
então terei que agonizar com as mãos.
Depois de vários
minutos – ou horas, fica difícil dizer – e muitas gramas de areia em minha
boca, eu consigo sair do túmulo e respiro ar puro. Vejo um show de luzes entre
pessoas batalhando e alguém se joga em cima de mim.
— Kitana?
— Bom te ver de
novo, cara. – Ela diz.
Ela dá três
tiros contra um homem que avançava em nossa direção e ele cai morto. Kitana
estende a mão para mim e nós dois ficamos de pé, observando o massacre. Ela confere seus cartuchos na pistola.
— Só tenho três
balas. Terei que utilizar minhas armas antigas. Onde está a sua foice?
Penso por alguns
segundos, mas uma granada é arremessada em nossa direção e Kitana se joga
comido dentro de uma cova vazia. A explosão é alta e joga muita areia em cima
de nós, mas a camuflagem não é das piores.
— O que está
acontecendo?! – Pergunto.
— Quando Lilith
abriu o portal, bom, demorou mais tempo aqui do que no inferno.
— Como assim?
— O portal está
aberto há um ano, Chase. Todos os que passaram pelo portal tiveram um intervalo
de tempo diferente. E.D., Ryan e Íris foram capturados pelo governo americano,
Ariel se refugiou Deus sabe onde e Lilith desapareceu. Luna passou com você,
não passou?
— Sim, mas não a
vi.
— Acho que dá
para sair agora.
Kitana põe a
cabeça acima da cova e observa. Ela sai da cova e me puxa para cima novamente.
Ouço gritos à minha esquerda e vejo Luna brigando com alguns militares. Ela
está tão fraca quanto eu, sei que não vai aguentar. Cutuco Kitana, mas ela não
responde e fica em alerta. Olho para um dos militares e vejo-o apontando uma
bazuca para Luna. Ele dispara o tiro e eu uso todas as minhas forças para
impedir que ela atinja Luna, mas algo o intercepta.
Uma flecha.
Kitana e Eu
observamos a explosão no ar e dirigimos nosso olhar ao local de onde veio a tal
flecha. Vários outros soldados aparecem atirando e uma garota de cabelos
escuros aparece no comando do ataque.
— Quem é aquela?
– Kitana pergunta.
— Eu não sei.
A garota
aproxima-se de Luna e faz um sinal com as mãos, ordenando que os seus soldados
a levem embora. Kitana utiliza seus últimos tiros em um dos soldados e troca de
armas.
— Leques? –
Pergunto.
— Essas coisas
são mais afiadas que sua foice! – Ela retruca – Mas não importa, precisamos ir
atrás da minha mãe em Aspen. Jared está com o carro, ele vai tirá-lo daqui.
— Duas coisas:
Eu não vou deixar você sozinha e nós não vamos sair sem a Luna. Você que
escolhe o que quer fazer. – Respondo e dou meia volta.
Kitana revira os
olhos e me se segue.
— Milena me
falou que você seria um pé no saco.
— É. Ela também
não era das melhores
[...]
Observamos de
trás da moita. Há um furgão preto posicionado no meio do nada. Os dois soldados
aparecem com Luna nos braços e a jogam lá dentro. Eles andam até uma casa
abandonada mais para frente e deixam-na trancada.
— Certo, é a
nossa chance.
Saio e Kitana me
segue na ponta do pé. Tentamos ao máximo não fazer barulho e estamos
constantemente olhando ao nosso redor em caso de estarmos sendo seguidos. Tento
abrir a porta do furgão manualmente, mas está trancada, então uso a minha
telecinese para abri-la sem disparar o alarme.
Luna aponta uma
faca para mim quando a porta é aberta, mas logo me abraça com alívio em me ver.
Ouço um grito de alerta e jogo Kitana dentro do furgão, tornando a trancar a
porta. Os dois soldados apontam as armas para mim e me jogo embaixo do
automóvel. Um dos leques de Kitana cai no chão, provavelmente devido ao jeito
que eu a empurrei lá dentro. Pego o leque, saio debaixo do automóvel e
arremesso para frente. Vejo o leque percorrer os dois soldados e partir suas
cabeças, em seguida, ele volta para mim e para em minha mão.
— Isso foi
inesperado. – Digo a mim mesmo.
Entro no furgão
e ligo o rádio em busca de alguma notícia sobre o que Kitana me contou, ou
sobre Íris e os outros, mas a princípio não encontro nada.
— Não podemos
deixar Silas jogado no cemitério. – Luna afirma.
— Vocês três
apareceram em covas, então eu diria que ele está seguro.
— Luna, eu sei
que dói, mas Kitana tem razão. Silas morreu, e não há nada que possamos fazer
por isso. No momento, tudo o que nos resta é conseguir sair daqui sem sermos
mortos. Não temos armamento nenhum.
— Por isso que
temos que sair de Georgetown para Aspen. Lá vamos encontrar minha mãe e
refúgio, por hora. – Kitana diz, e liga o GPS do furgão. – Vamos com este
veículo até Fairplay, de lá pegaremos um ônibus até
Salida, aonde Jared vai levar-nos até Aspen.
— Kitana, você
tem alguma ideia de onde levaram os outros?
— Area 51. –
Kitana responde, e assume o controle do veículo.
Enquanto isso, em Aspen...
Nenhum comentário:
Postar um comentário